segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quando a crise vai embora...

Acho interessante quando alguns empresários (para ficar na minha área de atuação) vêm a público exaltar o momento de renascimento econômico do Brasil e transmitir o quanto estão confiantes na concretização de grandes negócios daqui para a frente, revelando o seu apurado faro empreendedor. Ok, mal isso não faz, mas gostaria de saber porque grande parte deles não demonstrou a mesma tenacidade e fortaleza quando estivemos mergulhados na crise que perdurou do final de 2008 até o começo deste ano.
Bem, poderíamos supor que é assim mesmo quando se trata de coisas da vida, do modo como o ser humano encara as dificuldades e não sabe bem como transpô-las. Quando as coisas estão mal o que se mais ouve é a choradeira dos incompetentes do que o arregaçar das mangas de quem trabalha obstinadamente por um projeto e não se deixa abater pelos obstáculos.
Para as empresas, a coisa funciona da mesma forma. A que está impregnada pelo espírito do planejamento, organizada para uma visão de futuro e que tem a capacidade de avaliar com discernimento os diversos cenários que se apresentam saberá medir os riscos mais apuradamente, transformando os períodos de crise em oportunidades de crescimento.
Diferenciar-se nos momentos em que tudo está de cabeça para baixo nos picos de instabilidade econômica e financeira é sinônimo de grandeza empresarial. É crescendo na dificuldade que se revela o verdadeiro empreendedor, aquele que acredita em seus projetos e na perpetuidade do seu negócio.
Em 2010 está sendo muito fácil se dizer empresário...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Copa 2014 e os Projetos

Está batendo aí na nossa porta a copa do mundo 2014, com sede no Brasil. Até agora, temos notícia de que todos os projetos a ela relacionados estão atrasados ou sequer foram delineados. O tempo é curto, apesar de serem ainda quatro anos pela frente. Alguma coisa está errada na mente dos organizadores ou é mesmo proposital?
Existem três drives de projetos: tempo, escopo ou custo. Um deles é sempre o foco principal do gerenciamento e quando nasce negligenciado terminará em fracasso. Para 2014, nosso drive é tempo, sem dúvida. Temos condições materiais, humanas e financeiras para o projeto andar na linha. Sabemos o que precisa ser feito em termos de infraestrutura em todas as áreas (estádios, aeroportos, obras viárias, segurança, comunicações, etc...). Mas quando vai começar, afinal? Quando não houver mais tempo para acabar? Ou quando as obras atingirem grau de urgência máxima, a ponto de o exercício de Aquisições ser negligenciado completamente? A favor de quem?
Quando precisarmos avaliar materiais, fornecedores, serviços não teremos que fazê-lo apressadamente em socorro ao nosso esgotado drive tempo? Onde vai parar a qualidade? Quem gostaria disso? Ora, quem puder negociar vantagens para si, em detrimento do benefício público. Isso tem nome gravado na história das licitações: superfaturamento.
Em prol de um Brasil mais sério e objetivo, menos roubo ("fazejamento") e mais planejamento.