sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Juventude sem ideais

Tenho constatado por todos os cantos, em várias cidades por onde tenho passado, uma realidade desoladora no que se refere às atitudes de nossos jovens. E os jovens aos quais me refiro são aqueles privilegiados pela vida (brindados com casa, comida, roupa e educação patrocinadas).
Está na rua uma geração de adolescentes e adultos recém iniciados que sofrem da mais profunda falta de "bandeiras" pelas quais lutar. A ordem dessa turma é viver o dia-a-dia e aproveitar ao máximo. Uma visão de futuro tão restrita, ou mesmo inexistente, me leva a questionar: o que e quanto isso vai acabar lhes custando?
É uma geração que sequer consegue discutir o tão badalado dilema existente entre o Ter e o Ser. Para eles, o Ter é o guia, o único caminho para a realização. Há o endeusamento do celular top de linha, do carro com o som mais poderoso, do iPod mais na moda, do tênis de grife, do "ficar" e assim por diante. A competição com o outro não pode resultar em saldo negativo, senão o coitadismo, tão próprio das pessoas sem alicerce, vem com tudo, trazendo consigo os sentimentos de impotência e de frustação, os quais florescem como erva daninha para a alma.
Uma juventude desorientada, sem balizamento ético nem moral, está aí a ver a vida passar. Certamente, podemos garantir que não é bebendo e agitando nas cercanias das lojas de conveniência nem na frente de uma televisão curtindo o Big Brother que há de se aproveitar alguma lição para o futuro.
Alô papais e mamães! Acordem! A educação para a vida, tão valiosa quanto a formal, começa bem antes da escola. Lembro-me de uma propaganda, não muito antiga, na qual estava o traficante a dizer: - vocês não querem cuidar, então deixem que eu cuido! Aí... bom, aí já era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário