Tenho constatado por todos os cantos, em várias cidades por onde tenho passado, uma realidade desoladora no que se refere às atitudes de nossos jovens. E os jovens aos quais me refiro são aqueles privilegiados pela vida (brindados com casa, comida, roupa e educação patrocinadas).
Está na rua uma geração de adolescentes e adultos recém iniciados que sofrem da mais profunda falta de "bandeiras" pelas quais lutar. A ordem dessa turma é viver o dia-a-dia e aproveitar ao máximo. Uma visão de futuro tão restrita, ou mesmo inexistente, me leva a questionar: o que e quanto isso vai acabar lhes custando?
É uma geração que sequer consegue discutir o tão badalado dilema existente entre o Ter e o Ser. Para eles, o Ter é o guia, o único caminho para a realização. Há o endeusamento do celular top de linha, do carro com o som mais poderoso, do iPod mais na moda, do tênis de grife, do "ficar" e assim por diante. A competição com o outro não pode resultar em saldo negativo, senão o coitadismo, tão próprio das pessoas sem alicerce, vem com tudo, trazendo consigo os sentimentos de impotência e de frustação, os quais florescem como erva daninha para a alma.
Uma juventude desorientada, sem balizamento ético nem moral, está aí a ver a vida passar. Certamente, podemos garantir que não é bebendo e agitando nas cercanias das lojas de conveniência nem na frente de uma televisão curtindo o Big Brother que há de se aproveitar alguma lição para o futuro.
Alô papais e mamães! Acordem! A educação para a vida, tão valiosa quanto a formal, começa bem antes da escola. Lembro-me de uma propaganda, não muito antiga, na qual estava o traficante a dizer: - vocês não querem cuidar, então deixem que eu cuido! Aí... bom, aí já era.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
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