segunda-feira, 4 de maio de 2009

Interdependência?

Quando nascemos, somos seres totalmente dependentes, ou seja, para sobreviver necessitamos que alguém nos alimente e nos sustente. Mesmo no passar dos anos, até que atinjamos a idade adulta, o sentimento é de que tudo o que fazemos depende do aval das outras pessoas, sejam elas nossos pais ou amigos. É um tempo em que o “você” fala mais alto do que qualquer outro pronome. “Eu não pedi para nascer”, “você é que me fez assim” são frases comuns de se ouvir de adolescentes em formação, os quais encontram muita comodidade em jogar a culpa do que lhes acontece para cima dos mais próximos. É uma fase da vida pela qual todos passamos e que faz parte natural do nosso processo de amadurecimento.
Logo, em seguida, ingressamos na fase da independência, na qual o “eu” assume o lugar de destaque. “É comigo mesmo!”, “eu sei o que é bom para mim”, “tenho certeza que é o melhor a ser feito” são algumas sentenças definitivas desse período. Isso não deixa de ser uma grande conquista para nós. Aliás, essa é a forma de agir que a nossa sociedade mais privilegia, entendendo ser o ponto alto de nossa maturidade como pessoa. Porém, a independência deveria ser encarada como apenas mais um degrau em busca de nosso aperfeiçoamento humano. É neste ponto que entra o conceito de interdependência, onde enraíza-se a valorização do “nós”.
De acordo com Covey*, a vida é, por natureza, totalmente interdependente. A interdependência é um conceito maduro e avançado, no qual a pessoa, não abrindo mão da sua autoconfiança e competência, permite que se agregue, a sua capacidade mental, a contribuição dos outros. É a abertura para que dois ou mais, juntos, possam muito mais do que um isoladamente, por melhor que este seja. Também, é uma oportunidade para que as pessoas se relacionem com maior profundidade e significado, acessando ao potencial e aos ricos recursos que os demais oferecem. Os bons líderes e as pessoas que gostam de trabalhar em equipe sabem perfeitamente do que estou falando, afinal já atingiram um nível de maturidade suficiente para perceber que jogar tênis sozinho não tem a menor graça.
*COVEY, Stephen. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 25ª ed. São Paulo: Best Seller, 2005.

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