Nossas empresas, visivelmente em sua grande maioria, encontram-se mais identificadas com a estrutura organizacional verticalizada, formada por vários níveis de cadeias de comando, e estão estimuladas a permanecerem atreladas ao centralismo de poder e de conhecimento. Percebe-se, em nosso dia-a-dia, que embora o trabalho em equipe e seu consequente incentivo à disseminação do conhecimento sejam enaltecidos, poucas empresas adotam, em verdade, tal prática.
As organizações investem cifras consideráveis, por exemplo, em sistemas de informações sem sequer identificarem, preliminarmente, quais são as atividades e as pessoas que realmente agregam valor e se justificam no empreendimento. Decorre, disso, um desperdício de tempo e de recursos financeiros e humanos que conduzem, invariavelmente, ao descrédito nas ações futuras que visem a propor mudanças significativas para o negócio. As pessoas passam a não acreditar nas novas propostas e acabam confortando-se no modelo antigo e hierarquizado de gestão.
A empresa com foco nos processos trabalha horizontalmente no sentido de oferecer maior valor ao seu negócio e ao seu cliente, apresentando maior rapidez de adaptação aos desejos do mercado e contabilizando, por conseguinte, menores custos. Seus colaboradores devem estar preparados para trabalhar em equipe, compreendendo o seu papel individual e ensejando sempre a melhoria no aproveitamento do tempo e dos recursos disponíveis. É baseada, também, no estabelecimento de padrões de desempenho para as equipes, o que contribui para estimular a participação dos seus membros.
José Ernesto Lima Gonçalves* cita algumas implicações derivadas da mudança de empresas de modelo verticalizado para empresas de processos, tais como: a instituição do process owner; a minimização do trâmite de materiais e de pessoas; o emprego de funcionários polivalentes e de equipes multifuncionais e; o investimento em tecnologias de informação.
É interessante salientar que a implementação de uma empresa por processos deve partir de uma definição anterior fundamental: o que queremos ser e onde queremos chegar. Isso ajudará a manter o foco nas operações que realmente suportam o negócio, evitando que se invistam esforços intelectuais, físicos e financeiros naquelas que não importam mais.
Por fim, e não menos importante, é bom recomendar que a empresa estude detalhadamente a sua situação organizacional e em quais circunstâncias está inserida para não cometer desatinos que lhe custem, inclusive, a sobrevivência.
*Professor do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da EAESP/FGV e Consultor.
Leia mais sobre gestão por processos em: http://www.fgvsp.br/rae/artigos/008-019.pdf
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário