quarta-feira, 11 de março de 2009

18 anos

Não tenho a pretensão de ser saudosista. Aliás, não gosto muito de ficar pensando no que passou. A gente vai acumulando as experiências boas e más com as quais a vida nos premia e deve procurar aprender sempre, sem discriminações. O meu saudosismo tem mais a ver, neste momento, com algumas coisas que faziam a relação com as pessoas e com o mundo que nos cercava mais bonita e honesta.
Alguém aí consegue recordar o sentimento que possuía aos 18 anos, por exemplo? Todo um universo a descobrir e muita vontade de lutar pelo seu espaço. Os hormônios explodindo e a paixão à flor da pele nos envolvendo em todas as ações. O primeiro olhar, o primeiro beijo, o primeiro amor. O desejo de construir uma sociedade livre de preconceitos, com respeito à diversidade de opiniões e, é claro, com facilidades de acesso universal à educação, à saúde e à alimentação. Um tempo em que o dinheiro não sobrepujava a amizade e o coleguismo. Uma promessa era dever de honra. O que dizer da consideração que se tinha pela palavra de um Pai e de uma Mãe. Uma grande parte das pessoas carrega consigo essa pureza pelo resto dos seus dias. Algumas poucas adquirem, inclusive, o dom de conseguir transmitir essa visão iluminada para as demais.
Mas, o que mesmo eu quis dizer com tudo isso? É que eu acho que o mundo em que vivem os nossos políticos sempre foi muito diferente do nosso. Por que tão poucos, tão gananciosos e desfaçatados, é que tem a sorte de comandar o destino dos melhores? Com certeza, nenhum deles teve um dia 18 anos. De outra forma, alguma ponta de remorso ainda se permitiriam sentir em todas as tolices com que nos presenteiam.

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