Chega de amadorismo na gestão pública. O que percebemos em vários níveis do serviço público, tanto em âmbito municipal quanto estadual e federal, é um universo de pessoas mal capacitadas para servir. E serviço é igual a servir bem, fato difícil de testemunhar.
Os mais destacados cânceres, por enquanto sem cura, que castigam a administração da coisa pública são os chamados CCs (cargos de confiança) e as nomeações políticas. É um festival de maltratos com o pobre do esfolado contribuinte, o qual vê escorrer pelo ralo da incompetência e da desconsideração o seu suado dinheirinho.
Os CCs, como o próprio nome sugere, deveriam passar a imagem de confiança não somente para aquele que contrata, mas também, e principalmente, para a sociedade a qual servem. Muitas vezes, a figura do CC está ligada à nefasta causa do nepotismo. Não raro observamos que assessores, secretários e demais mandaletes estão associados aos empregadores por laços de sangue ou por algum tipo de amizade. A competência, neste caso, é o que menos interessa. O que vale é arrumar a vida dos mais próximos. Um novo escândalo que se escancara no Congresso Nacional envolve as empresas de serviços terceirizados. Com o avanço da exigência do cumprimento da lei antinepotismo, os nobres representantes da população encontraram uma nova forma de transgredir: dão preferência à contratação de empresas terceirizadas que “aceitem” admitir seus parentes e demais apaniguados. Bonito, não é? Todos eles continuam faturando numa boa. E a nós, resta quitar a conta.
Com respeito às nomeações políticas, o que se observa não é nada diferente em termos de atitude. A grande maioria dos escolhidos não tem um mínimo de conhecimento técnico e gerencial para suportar as demandas das estruturas complexas de estatais, autarquias e fundos de pensão, por exemplo. A grande sacada, desta vez, é não gerir mesmo, é não consertar nada, é permitir que o cenário sempre fique enevoado, pois assim torna-se mais fácil desviar verbas, favorecer amigos e traficar influências de todas as formas. Os partidos políticos brigam aos dentes para obter a dádiva de cuidar de tais galinheiros e, quando chegam lá, deitam e rolam com a fartura de ovos.
É preciso mudar esse quadro. Já existem inúmeras instituições de ensino superior que oferecem a formação de gestores públicos, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação. E esse é o caminho para profissionalizar e moralizar o comando público. Em apoio a isso, deve-se incentivar a consolidação dos planos de carreira no funcionalismo e a ascensão baseada exclusivamente no mérito. Aos aventureiros de momento cabe-lhes fazer saber que serviço é servir e não servir-se.
terça-feira, 17 de março de 2009
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