quarta-feira, 4 de março de 2009

Roubando e rindo à toa

Aflora, nos noticiários políticos, a questão da disputa selvagem, entre o PT e o PMDB, pela presidência e pela diretoria financeira da Fundação Real Grandeza, o fundo de pensão dos funcionários de Furnas e da Eletronuclear. Por quê? Porque existem 6,5 bilhões de reais para serem manipulados do jeito que se quiser, sem a necessidade de fiscalização de qualquer ordem. Já perceberam, então, para o que realmente a disputa se presta? É apenas um dos muitos meios pelos quais se pode roubar impunemente neste País. Tem tanta fundação e autarquia por aí dando sopa. Para um político decidido e voraz não tem coisa melhor.
O Brasil vive um período tão pobre e sem moral em termos políticos que sequer existe uma oposição decente para questionar, fiscalizar ou, até mesmo, propor algo de novo para o bem do povo. Os dois maiores partidos do país estão juntos no poder há seis anos. Sim, dois, pois o PMDB (o Maria-vai-com-as-outras da política nacional) está sempre grudado em quem manda e sem a sua benevolência o PT não governa nada e ninguém.
Vez que outra aparece na tribuna um Jéferson Perez (já ido), um Fernando Gabeira, um Pedro Simon para botar a boca no trombone e demonstrar um mínimo de indignação por alguns segundos. Depois, pronto, passou. Volta tudo a ser como antes. Os mesmos de sempre continuam massacrando, com a sua hipocrisia, esta nação: José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Michel Temer, Collor de Mello, etc. Quem sabe a gente não dá mais uma chancezinha para o Severino Cavalcanti. Coitadinho, nem conseguiu roubar decentemente. Só porque era do baixo clero foi enxotado da Câmara. Uma vergonha! Por que só uns podem afanar tanto e outros tão pouco? Hoje, a situação está tão ruim que antes Maluf dizia que roubava, mas fazia. Agora, os malandros roubam e ainda nada fazem.
Incrível, também, é a falta de poder de organização da nossa sociedade para lutar contra esse comportamento desprezível dos nossos políticos. Parece que todos somos vítimas de uma anestesia geral. Não bastasse a ausência de uma vontade maior dos órgãos fiscalizadores, uma grande parte das pessoas ainda acredita ser a maior culpada pelo estado geral em que as coisas se encontram, uma vez que os ladrões estão lá porque foram eleitos democraticamente. Pensando dessa forma, não tem mesmo remédio. Mas é preciso acordar e repensar, afinal quem votou em alguém espera ser representado com honestidade, dignidade e respeito às leis e ao bem comum.
Precisamos eliminar o mal pela raiz. Um bom começo seria varrer as candidaturas que já estejam marcadas por algum processo cível ou criminal. Essas não deveriam receber o crivo de nossa justiça eleitoral para concorrer em pleito algum.
Escreva para o político que você elegeu, cobre as promessas que ele fez e indigne-se contra o seu comportamento desabonador. Encha a paciência de quem realmente merece ser cobrado. Ele precisa acreditar que sem o seu voto ele não estará lá da próxima vez.

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