quarta-feira, 18 de março de 2009

Universidade corporativa: organizando a aprendizagem e qualificando

Me valho do apoio de Meister* para buscar a definição do que vem a ser uma universidade corporativa e para dividir com vocês os seus fundamentos.
Universidade corporativa é “um guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias operacionais da organização”. Seu modelo baseia-se em competências e as necessidades estratégicas da empresa devem estar vinculadas à aprendizagem por ele oferecida.
As empresas utilizam-se da universidade corporativa para organizar as suas experiências de aprendizagem e de desenvolvimento, no sentido de formar um todo coeso e determinado, obedecendo a princípios e objetivos que visam a, fundamentalmente, tornar o aprendizado permanente e formar uma força de trabalho de alta qualidade, quais sejam:
- oferecer oportunidades de aprendizagem que dêem sustentação às questões empresariais mais importantes da organização;
- considerar o modelo da universidade corporativa um processo e não um espaço físico destinado à aprendizagem;
- elaborar um currículo que incorpore os três Cs: Cidadania Corporativa, Estrutura Contextual e Competências Básicas;
- treinar a cadeia de valor e parceiros, inclusive clientes, distribuidores, fornecedores de produtos terceirizados, assim como universidades que possam fornecer os trabalhos de amanhã;
- passar do treinamento conduzido pelo instrutor para vários formatos de apresentação da aprendizagem;
- encorajar e facilitar o envolvimento dos líderes com o aprendizado;
- passar do modelo de financiamento corporativo por alocação para o “autofinanciamento” pelas unidades de negócio;
- assumir um foco global no desenvolvimento de soluções de aprendizagem;
- criar um sistema de avaliação dos resultados e também dos investimentos;
- utilizar a universidade corporativa para obter vantagem competitiva e entrar em novos mercados.
O surgimento das universidades corporativas se justificou por vários motivos, tais como: conseqüência de um processo de reengenharia na empresa, mudanças culturais, nova administração, resultado de uma nova legislação e, no caso de algumas, reestruturação da função de educação em toda a organização.
Ao criar um papel mais significativo para a aprendizagem, em termos de sua capacidade de agregar valor, a cúpula administrativa de uma empresa deve atentar para dez componentes que são fundamentais para o sucesso da construção de uma universidade corporativa: estabelecer um órgão controlador; elaborar uma visão/missão; recomendar o alcance e a estratégia das fontes de receitas; criar uma organização; identificar os interessados e as suas necessidades; desenvolver produtos e serviços; selecionar os parceiros de aprendizagem; esboçar uma estratégia de tecnologia; instituir um sistema de avaliação e; comunicar a visão/missão, os produtos e o programa por toda a organização e fora dela.
Com relação ao currículo deve atentar que o desenvolvimento dos funcionários seja promovido sob três amplas áreas – denominadas, como já mencionamos, os três Cs:
- Cidadania Corporativa: incute em todos os níveis de funcionários a cultura, os valores, as tradições e a visão da empresa;
- Estrutura Contextual: oferece a todos os funcionários uma noção dos negócios da empresa, seus clientes, concorrentes e as melhores práticas;
- Competências Básicas: desenvolve um conjunto de competências específicas para o negócio da organização, as quais definem a vantagem competitiva da empresa.
Meios que impulsionam as organizações a disseminar a aprendizagem, não importando o momento e o local onde encontra-se o aprendiz são, por exemplo, a Internet e a Intranet. Ambos proporcionam ao funcionário analisar cursos, efetuar a matrícula, realizar testes e enviar um feedback relatando a sua experiência. A interatividade difundida por tais meios possibilita não somente que a educação e o treinamento cheguem onde o cliente está e ofereçam um aprendizado sob medida como, também, disponibiliza um ambiente no qual funcionários, equipes de trabalho, clientes e fornecedores interajam entre si e com a organização como um todo.
*MEISTER, Jeanne C. Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Pearson Makron Books, 1999.

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