domingo, 8 de março de 2009

A Igreja Católica ainda tem vez?

A Igreja Católica demonstrou, no episódio do aborto legalizado e efetuado para salvar a vida da menina pernambucana de 9 anos - incompleta física e emocionalmente para levar a termo uma gravidez de altíssimo risco, toda a sua velha velha e repulsiva ignorância recheada com pitadas do mais puro autoritarismo. Pelo menos por parte daqueles que a comandam.
Ignorância porque não consegue compreender-se no mundo onde vive, na sua atual real dimensão e necessidades. Esta aí, para provar, a insensatez na defesa da proibição incondicional do uso de preservativos, tão importantes para a prevenção da saúde pública. Para a multiplicação do seu rebanho e de sua fé é preciso que as pessoas fiquem doentes, infelizes e que tenham medo. É nesse estado que a procura por algum tipo de salvação prolifera mais proficuamente.
O autoritarismo se revela quando faz crer que não exista nada mais perfeito do que a sua lei canônica (com bem diz o nome, dela é que deveriam se derivar todas as outras), e que esta se sobrepõe inquestionavelmente às leis do direito civil universal. Ok, a Igreja tem as suas regras como toda e qualquer outra associação ou entidade. Adere quem as professa e quem aceita seus preceitos. E por aí deve ficar. Ninguém mais está obrigado a segui-las. Se você é sócio de um clube é porque aceitou as suas diretrizes e deve respeitá-las. O Joãozinho, que não é sócio, não tem nada a ver com isso. O exemplo de autoritarismo foi a excomunhão de todos os profissionais que participaram do caso da menina citada. Esses não irão mais para o Céu, segundo a Igreja e seu espírito reacionário. Quantos deles estão dando a mínima para o veredito?
Eu gostaria mesmo é de saber de Deus está concordando com os seus autoenunciados representantes católicos. Gostaria, também, de saber se Deus concorda que tenham se encastelado, por toda a sua magnânima existência, com todas as suas inumeráveis riquezas (cadê o IR?. Ok, a isenção é de lei. Mas... por quê?) e suas posições políticas confortáveis, sempre ao lado dos poderosos, pouco se preocupando em demonstrar coragem em passagens históricas tão degradantes como, por exemplo, o holocausto na Segunda Guerra. E a inanição com respeito aos seus padres comprovadamente pedófilos?
Será que Deus queria a Igreja nessas condições? Os seus pastores não deveriam estar por todos os cantos do mundo, peregrinando e repassando a sua mensagem sagrada, ao invés de aterem-se as suas conquistas materiais e as suas fartas mesas abastecidas por convertidos e dedicados serviçais?
Ai, ai, ai... Quero crer que as portas do Paraíso estarão ainda menores do que a cabeça de uma agulha para receber tão revelados representantes. Pode ser até mesmo que São Pedro não queira sequer perder seu tempo questionando-os.

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